sábado, 3 de novembro de 2012

Saiba dizer "SIM" e "ir a todas"

Há coisa de uns tempos convidaram-me para ir a um evento intitulado: "Saiba dizer Não". Achei piada ao nome e para vos dizer a verdade, nem investiguei muito bem o que era e porque era, porque a pessoa que me convidou, insistiu tanto que achei que tinha mesmo de ir. Ela disse-me que era um evento com jovens. Vai daí e lá fui eu. E foi hoje! 

Pois bem, era um evento nacional de Jovens, proporcionado pela IURD, tendo como a temática esta "coisa" de aprender a dizer não, às drogas, ao tabaco, à violência, às más companhias, a todos os vícios, etc. Uma tarde, com jovens de todo país, em que assistiram a um evento, onde todas as actividades estavam ligadas a esta força de se dizer não a "coisas que não interessam", tendo como veículo, o teatro, a dança, a música e demais actividades. Lembrei-me um bocado de quando era jovem e de quando ia a eventos deste tipo, a maior parte das vezes em Fátima, na sequência de fazer parte de um grupo de jovens, ligados às conferências vicentinas. Era muito bom estar ligada a outros jovens de várias partes do país, a energia era muito forte e era uma alegria estarmos juntos!

Este evento, foi uma tarde bem passada, onde se pode verificar diversas formas de ser jovem e as diferentes motivações, apesar de tudo ser uma só coisa, que é esta "coisa de ser-se jovem" e ser-se jovem é quase sempre igual, apesar das diferentes nuances!

Ao longo da tarde, em que pude observar mais o público do que as actividades, pus-me a pensar, que sempre fui uma pessoa de dizer "não" a estas coisas, dos vícios e tal. Não é que os meus pais me proibissem, mas havia uma frase que os meus pais sempre diziam: "Andresa, faz o que quiseres, experimenta o que quiseres. Mas a cama em que fizeres, é a cama que te vais deitar." E aquela coisa de dormir numa cama que fazia, deu-me sempre uma certa responsabilidade e muitas vezes pouca vontade de experimentar o que quer que fosse. Por exemplo, eu costumo dizer que sou uma ave-rara, porque nunca fumei um cigarro, dito normal, porque não sei travar. Bebi um só café em toda a minha vida. Apanhei a minha primeira e única bebedeira aos 30 anos, porque não tinha comido durante o dia e pus-me a provar um rum que uma amiga me tinha trazido de Cuba. E por fim, nunca experimentei drogas. É daquelas coisas que sinceramente, nunca tive "aptidão"! LoooL!

Contudo, pus-me também a pensar que por outro lado... estamos muito habituados a dizer "não" a um sem número de coisas, tais como: aceitar ajuda dos outros, irmos a sítios diferentes dos que estamos habituados, experimentarmos comidas novas, termos amigos completamente diferentes de nós... entre outras coisas. E uma coisa que me pus a pensar (porque às vezes, também penso) é que se há regra que interiorizei a mim própria, desde que comecei o projecto é: "Ir a todas"! E quando digo "ir a todas", não é ser irracional e fazer coisas que vão contra o que tenho como válido ou importante na minha vida... mas sim, alinhar em coisas diferentes, aceitar desafios, conhecer pessoas de todo o tipo... pura e simplesmente, confiar!!! 

Lembro-me de no início do projecto, quando um site, considerado por muitos, como "revolucionário" e "partidário" me convidou para uma entrevista, me terem dito que era melhor não dar a entrevista, para o meu projecto não ficasse "manchado". Por outro lado, como muitas vezes o meu projecto é ligado pelas outras pessoas, ao "anti-capitalismo" (quando eu nem sabia o que era o termo capitalismo, antes de iniciar isto das trocas), também me disseram que não devia aceitar apoios de empresas ou de entidades ligadas ao dinheiro. Por outro lado, quando me convidaram para encontros religiosos, de diversas religiões, sendo algumas até consideradas de seitas (sendo que sinceramente, não percebo, quem é que pode decidir se uma religião é religião ou seita... mas enfim) muita gente me dizia para não ir e não aceitar, para que o projecto não ficasse novamente manchado... Bem... o que eu vos digo, é que decidi "ir a todas" e foi o melhor que fiz!

"Ir a todas", não significa ser como todos... rever-se no todo... ou fazer como o todo! "Ir a todas" significa agradecer por termos sido incluídos nesse todo e sermos nós próprios, nesse todo que é o outro. "Ir a todas" significa que sou livre, porque posso ser eu, numa religião, seita, partido político, empresa com muito capital ou pura e simplesmente, jantar a casa da minha vizinha! "Ir a todas" significa que podemos ser quem nós quisermos, sem termos medo do outro, daquilo que o outro é e que supostamente é diferente de nós, apenas e só, porque tem uma ideologia ou uma religião diferente do que acreditamos! 

"Ir a todas" foi a melhor decisão que tomei... Porque quando "vamos a todas", conhecemos todos... estamos com todos... e todos estão ligados a nós, porque afinal e mais um vez, todos nós somos UM... independentemente "do todas" que há! :)

http://www.youtube.com/watch?v=w6jski5kvqY


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