sábado, 25 de agosto de 2012

Último dia a "reggaer"!

O meu último dia na Fonte Longa, como não poderia deixar de ser foi inesquecível... A nível de trabalho, fui despedir-me dos meus amigos “Feijões Frades” que me acompanharam nesta semana e por isso, fui apanhar mais uns e depois fui novamente debulhá-los. Só vos sei dizer que para 2 ou 3 kilos só neste procedimento foram necessárias umas 6h de trabalho, pelo menos. É incrivel como a agricultura é realmente feita de tempo e de dedicação.

Tal como eu, também o resto da malta foi às suas vidinhas, concertos e outros que tais e por isso, passei o dia com a matriarca da família. Tive direito a um almocinho maravilhoso: batata cozida, feijão verde cozido, salada de tomate com muito azeite e óregãos e soja no forno com a deliciosa abóbora. Divinal... E pela primeira vez, comi comida portuguesa com pauzinhos (chineses). Eu explico. Já tenho visto várias pessoas a comer a comida “normal” com pauzinhos chineses e muitas das vezes perguntei porquê. Umas responderam-me que tinha a ver com a alimentação macrobiótica, outras que é mais interessante comer com objectos de madeira do que de ferro ou aço e por aqui, quando perguntei, a matriarca disse-me que no caso dela foi para “se obrigar” a comer mais devagar, logo a mastigar mais e assim, a fazer melhor a digestão. Adorei a explicação e por isso, acho que vou tentar começar a comer com pauzinhos chineses também, porque eu sou mesmo uma apressada a comer. E pronto, hoje foi o meu primeiro dia! E não me portei nada mal... Claro que o almoço demorou mais do que o normal, mas o culpado nem foi o coitado do pauzinho e sim, as conversas mil que tivemos ao almoço... e foi tãooooooooooooo bom! A minha vontade de ir embora era mesmo NULA! Quanto mais conversava, mais gostava de ficar, de partilhar, de sonhar em conjunto. Foi mesmo fantástico, assim a modos que “UNO”. Senti-me em casa mais uma vez e sei que aquela casa, naquela aldeia, com aquela pessoa vai ficar no fundinho do meu coração... para sempre!

Nas despedidas, um longo abraço e uma recomendação me foi feita: “E continua a ouvir reggae”. Claro que sim!”, disse eu, afinal acho que o Reggae sempre me esteve no sangue, dentro do coração... e não é ao calhas que o continente Africano se parece com um coração, já repararam?!?!!... Acho que todos pertencemos de certa forma, a ele.

Vim-me embora, com um travo na garganta, com uma lágrima no canto do olho, enquanto olhava para o espelho retrovisor e via esta minha nova “mana” a acenar-me até eu desaparecer. (Adoro quando isso acontece... Eu sempre fiz isso nas despedidas, fico até ao finzinho. Sabem quando nos despedimos de alguém, na estação do comboio e fica lá sempre alguém a acenar para um comboio minúsculo que já está a um kilómetro de distância?! Pois, se virem alguém assim, sou eu, que fico mesmo até às últimas.)

No caminho dei por mim a sorrir, mas com uma lágrima no olho, de como esta coisa de mudar de vida me fez um bem imenso, gigante do tamanho do mundo, nem que seja apenas e só pelas pessoas maravilhosas que venho conhecendo. Pelo caminho, tive de passar pela Lousã... a bela da Serra onde um dia tive e não lhe dei valor algum. E por isso, hoje vim fazer as pazes com ela. Sentei-me ao pé do Castelo da Nossa Senhora da Piedade e escrevi o post de hoje com uma paisagem linda sobre a serra ao som do cd Legend do Bob Marley! Verdadeiramente “Satisfy my soul”... 

























Peace and Love! http://www.youtube.com/watch?v=4N1da_7yvQA

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