O meu último dia na Fonte Longa,
como não poderia deixar de ser foi inesquecível... A nível de trabalho, fui
despedir-me dos meus amigos “Feijões Frades” que me acompanharam nesta semana e
por isso, fui apanhar mais uns e depois fui novamente debulhá-los. Só vos sei
dizer que para 2 ou 3 kilos só neste procedimento foram necessárias umas 6h de
trabalho, pelo menos. É incrivel como a agricultura é realmente feita de tempo
e de dedicação.
Tal como eu, também o resto da
malta foi às suas vidinhas, concertos e outros que tais e por isso, passei o
dia com a matriarca da família. Tive direito a um almocinho maravilhoso: batata
cozida, feijão verde cozido, salada de tomate com muito azeite e óregãos e soja
no forno com a deliciosa abóbora. Divinal... E pela primeira vez, comi comida
portuguesa com pauzinhos (chineses). Eu explico. Já tenho visto várias pessoas
a comer a comida “normal” com pauzinhos chineses e muitas das vezes perguntei
porquê. Umas responderam-me que tinha a ver com a alimentação macrobiótica,
outras que é mais interessante comer com objectos de madeira do que de ferro ou
aço e por aqui, quando perguntei, a matriarca disse-me que no caso dela foi
para “se obrigar” a comer mais devagar, logo a mastigar mais e assim, a fazer
melhor a digestão. Adorei a explicação e por isso, acho que vou tentar começar
a comer com pauzinhos chineses também, porque eu sou mesmo uma apressada a
comer. E pronto, hoje foi o meu primeiro dia! E não me portei nada mal... Claro
que o almoço demorou mais do que o normal, mas o culpado nem foi o coitado do
pauzinho e sim, as conversas mil que tivemos ao almoço... e foi tãooooooooooooo
bom! A minha vontade de ir embora era mesmo NULA! Quanto mais conversava, mais
gostava de ficar, de partilhar, de sonhar em conjunto. Foi mesmo fantástico,
assim a modos que “UNO”. Senti-me em casa mais uma vez e sei que aquela casa,
naquela aldeia, com aquela pessoa vai ficar no fundinho do meu coração... para
sempre!
Nas despedidas, um longo abraço e
uma recomendação me foi feita: “E
continua a ouvir reggae”. “Claro que
sim!”, disse eu, afinal acho que o Reggae sempre me esteve no sangue,
dentro do coração... e não é ao calhas que o continente Africano se parece com
um coração, já repararam?!?!!... Acho que todos pertencemos de certa forma, a
ele.
Vim-me embora, com um travo na
garganta, com uma lágrima no canto do olho, enquanto olhava para o espelho
retrovisor e via esta minha nova “mana” a acenar-me até eu desaparecer. (Adoro
quando isso acontece... Eu sempre fiz isso nas despedidas, fico até ao
finzinho. Sabem quando nos despedimos de alguém, na estação do comboio e fica
lá sempre alguém a acenar para um comboio minúsculo que já está a um kilómetro
de distância?! Pois, se virem alguém assim, sou eu, que fico mesmo até às
últimas.)
No caminho dei por mim a sorrir,
mas com uma lágrima no olho, de como esta coisa de mudar de vida me fez um bem
imenso, gigante do tamanho do mundo, nem que seja apenas e só pelas pessoas
maravilhosas que venho conhecendo. Pelo caminho, tive de passar pela Lousã... a
bela da Serra onde um dia tive e não lhe dei valor algum. E por isso, hoje vim
fazer as pazes com ela. Sentei-me ao pé do Castelo da Nossa Senhora da Piedade
e escrevi o post de hoje com uma paisagem linda sobre a serra ao som do cd
Legend do Bob Marley! Verdadeiramente “Satisfy my soul”...
Peace and Love! http://www.youtube.com/watch?v=4N1da_7yvQA
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