sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Por detrás de uma grande FAMILY há sempre uma grande mulher

Como os meus conhecimentos de agricultura não são por ali além e como de facto, uma semana é pouco tempo para aprender a quantidade de coisas que haveria aqui para aprender, onde pude ser mais participativa, foi nas tarefas de casa. Dobrar roupa, estender roupa, varrer, pôr a mesa, ajudar a fazer as refeições foram as tarefas mais frequentes que fui fazendo nesta comunidade, além de debulhar (as saudades que eu tinha em usar este termo) catrefadas de feijões frade! Mas soube-me muito bem, debulhá-los. Sentadinha debaixo da minha amiga nespreira, resguardada do calor, a tarefa de os debulhar foi apesar de longa, muito fácil de ser concretizada. 

Das outras tarefas, como por exemplo, dobrar roupa, tenho-vos a dizer que acho que nunca gostei tanto de dobrar roupa na vida! Além de não saber que montinhos fazer, porque não conheço a roupa de quem é de quem, limitei-me a fazer montinhos por tipologia de roupa: homem ou mulher, roupa de cama ou cozinha ou vários. Lá me safei. "Mas porque gostei tanto de dobrar a roupa?" Perguntam vocês. E perguntam muito bem. Porque estive todo o tempo da dobragem a ouvir o cd Legend do Bob Marley e quando dei por mim, sozinha na sala a dobrar a roupa e aos pulinhos, toda feliz da vida, pensei: "Opah, um dia quero mesmo ter um filme da minha vida... isto tem piada! Eheheh..." A música que me fez mesmo saltar com os pés no ar, foi a "Three little birds” http://www.youtube.com/watch?v=zaGUr6wzyT8 e só depois de ver a tradução da letra, percebi como é bonita! Aliás, como todas são bonitas! 

Outra das tarefas, que gostei muito de fazer, foi estender roupa. E perguntam novamente vocês: "Porquê?!" Ora, porque estendi no sítio onde sonho um dia ter as minhas cordas para estender a minha roupa, no meio do campo, em cima de um relvado, com tanta corda que não seja necessário estar a "fazer ginástica" para caberem nas cordas todas as peças de roupa de uma máquina e ficando todas sobrepostas porque não há espaço. Pois é, eu adoro mesmo a ideia de ter cordas infindáveis de roupa, em cima de relva, para que, se possível, possa andar descalça com um vestido flutuante branco a estender a dita da roupa. E não me perguntem porquê esta visualização, porque também não sei bem... talvez de algum anúncio do Skip ou do OMO que tenha visto em miúda, onde a roupa mais branca não podia ser!

Hoje fiquei a conhecer um pouco melhor, alguns elementos do grupo, pois no total, hoje ao jantar éramos 4 elementos, sendo que um deles já não colabora no grupo, mas colabora na família. É cada vez mais interessante conhecê-los e sem dúvida são pessoas espectaculares. Um dia hei-de ir vê-los ao vivo! Ou pelo menos ver um ensaio, como ficou "mais ou menos prometido", no estúdio cá de casa. Também devia ser muito giro ver esta banda, no passado, quando os filhos eram pequenos, desde os 6 anos por aí fora. Devia ser bonito de se ver. “Não é preciso que seja bonito, tem de ser bom também”, diria um dos membros da banda, no que diz respeito à qualidade do grupo. Não tinha só de ser bonito por serem crianças e giros e tal... o trabalho também tinha de ser bom, de boa qualidade, porque isso é que seria o cerne da questão. :)

Mas de todas as pessoas do grupo, tenho de vos falar da matriarca da família que põe tudo isto a mexer, pelo menos no que diz respeito à quinta e à agricultura biológica que aqui se faz. Esta mulher é um verdadeiro espanto!!! Fiquei maravilhada em conhecê-la, apesar de ser tão pouco tempo. Ela faz tudo de tudo: trata dos animais, cuida da quinta, faz tofu, seitam, pão, queijo, iogurte, trabalhos em lã (como cintos, malas, gorros, botinhas, etc), bijuteria, entre outros. Ou seja, esta mulher não pára! É uma formiguinha que não se cansa de um lado para o outro, com uma genica tal que põe tudo a andar num instantinho. A comida aparece feita por magia, as plantas florescem belas e formosas, os alimentos têm um sabor maravilhoso, as conversas  são actuais e fantásticas... Enfim, às vezes parece que estou a falar com um misto da minha avó, com a minha melhor amiga ou com a minha madrinha, mas tudo numa só pessoa! É assim a vida... é nestas coisas da vida, de trocas e baldrocas e de comunidades onde se troca o trabalho por comida e dormida, que também se troca afectos e atenção e um carinho profundo que julgo que ficará para sempre. É assim... senti! Não sei explicar... estas coisas não se sentem, quando nos sentimos em casa! Mesmo em casa!


Dedicado a ela, à mulher sempre em andamento, aqui vai: http://www.youtube.com/watch?v=hocWfu-v3Mg

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