Depois da minha primeira noite ao
relento, que é como quem diz, num quarto que está espalhado pela quinta, mas
que tem cobertores e um colchão para uma noite confortável, acordei com energia
para trabalhar. Ou então foi das frutas dos cactos que comi, os ditos figos da Índia. O que vale é que o dia foi bastante variado, mas também
bastante fluído, ou seja, as coisas foram-se fazendo.
De manhã fui apanhar ervas para
dar de comer à vaca, chamada Selenata (acho que é assim que se chama... sei
apenas que o nome quer dizer a “nata” do leite em Alemão) e da mula, que não
tem nome. Depois de apanharmos ervas suficientes para lhes dar de comer, foi
vê-las muito satisfeitas a comer cheiinhas de vontade a comidinha que lhes
tínhamos preparado. Segundo me explicaram, elas comem duas vezes ao dia e no
caso da vaca, ela também é ordenhada 2 vezes ao dia, sendo que no total dá 10
litros de leite. Eu achei que era mesmo imenso, mas quando o patriarca da
família me disse que as vacas leiteiras do leite que bebemos empacotado, dão 50
litros de leite, pensei que alguma coisa não estava a bater bem. “50 LITROSSSSSSSSSSSSSSSSS...?!?!?! Mas isso
é imenso!”, exclamei eu. E ele explicou-me que o normal seriam os 10 litros
por dia, mais do que isso, só dão esse leite as vacas cheias de hormonas para
que possam dar mais e mais leite... Bem, fiquei preocupada!
Depois desta tarefa, foi altura
de ir pintar com as crianças da quinta. Pelo que me disseram, elas pediram ao
pai se eu podia ir pintar e desenhar com elas. Como elas não falam português e
eu não falo alemão, a nossa brincadeira foi a modos que muda, mas que
funcionou, funcionou muito bem! Elas abriram um livro de animais, escolhiam o
animal, eu copiava o animal para uma folha de papel a lápis e elas coloriam com
lápis de cor ou com aguarelas. As crianças que brincaram comigo tinham entre 7
a 12 anos e eu pensei que tinha de fazer uns desenhos fáceis, mas quando vi as
pinturas delas, fiquei de boquiaberta, porque pintam verdadeiras obras de arte.
E pelo que me mostraram, também pintam a óleo e tudo... e digo-vos são cheias
de arte! J
Durante a brincadeira fiz o desenho de algumas delas e depois pedi para elas
fazerem também a minha cara. A menina de 7 anos fez o meu desenho a lápis de
cor azul (achei piada à cor) e a mais velha de 15 anos fez o desenho que está
aqui no post. E digam lá que não está lindo?!
Da parte da tarde, depois do almoço e depois da sesta, fomos
apanhar malaguetas... digo, imensas malaguetas... que depois de cortadas aos
bocadinhos, à mão e à máquina à manivela, se colocou muito sal e se fechou em
frascos para conservar. Segundo me foi explicado, depois de uns tempos podemos
escorrer o líquido das malaguetas e juntando vinagre dá o tão desejado por
alguns, Tabasco.
Depois desta tarefa, e depois de lavar milhentas mil vezes
as mãos com água e sabão azul e branco, tenho-vos a dizer que toda eu estava
picante... ora se passava as mãos pela cara, ficava a arder, as próprias mãos
estavam a arder e como ainda por cima fiz uma ferida num dedo, com as
malaguetas, acho que foi remédio santo: desinfecção perfeita! É assim a vida...
A vida aqui corre devagar... digo, anda devagar... mas de
qualquer das formas, o dia pareceu que decorreu muito rápido... por outro lado,
também se foi passando como se estivesse tudo perfeitamente coordenado e
planificado.
E pronto, há ilhas e ilhas... http://www.youtube.com/watch?v=oQjX19ZPbDY
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