Hoje foi o dia da apanha! Eu
explico! Da parte da manhã apanhei os verdes para fazer a salada das refeições
de hoje. Os verdes são os alimentos verdes, ou seja, as folhas verdes para fazer a salada. Claro que não fui sozinha fazer esta tarefa porque se fosse, acho que
apanhava tudo menos o que fosse comestível! É que escolher os verdes, para mim
não é tarefa fácil. Eu de verdes para salada, só conheço: a alface e a rúcula.
E como aqui não há alfaces, fico-me com uma escolha muito reduzida. Pois bem,
aqui as saladas são feitas com imensas folhas diferentes, a saber: folha de
videira, folha de favas, folhas de funcho, folhas de amaranto, folhas de
hortelã pimenta, rúcula selvagem e outras tantas que não me lembro do
nome. Só vos digo que as saladas ficam bem mais giras e saborosas do que as que
habitualmente comemos com a alface “pré-fabricada” que não sabe a nada! (Mas eu
gosto muito de alface!)
Depois deste “apanhamento”, fui
apanhar folhas secas para fazer uma técnica de permacultura. Fui apanhar um
saco grande de folhas e ervas secas, mesmo ao pé da ribeira, com uns fetos bem
verdinhos, numa escadaria de pedra-xisto “abandonada” nos limites da quinta...
Com o cheiro da natureza, com o som da ribeira e aqueles raios de luz aparecendo
de onde em onde através das árvores e dos fetos, parecia que estava numa
floresta encantada... e acho que se visse por lá a passar uma fada ou um duende, acho que não acharia nada estranho... mas sim, contextualizado! O cenário
perfeito para fazer a peça “Sonho de uma noite de Verão” do Shakespeare.
Por falar em apanhar... depois do
almoço, quando me recolhi na minha tenda para escrever o meu dia no meu blog,
apanhei umas framboesas pelo caminho. Vocês conseguem imaginar o prazer de
apanhar framboesas vermelhinhas a meio de um caminho, sem as ter de lavar,
indo directamente para a nossa “barriguinha”? Pois é! É fantástico! Acho que se
começou a tornar um ritual... ao passar nas framboeseiras, tiro sempre uma e
deleito-me com esse prazer de arrancar-comer! Mas hoje, foi uma mão mais cheia, porque serviram para o meu lanche!
A Quinta da Mizarela situa-se
numa encosta e tem várias casinhas de pedra, umas já recuperadas e outras ainda
em ruínas em fase de recuperação. Neste momento, existe uma casa propriamente
dita onde vive o casal que gere esta quinta, a casa onde tem a sala da
meditação, a casa dos espaços comuns (com cozinha, sala de jantar, sala estar,
casa-de-banho e escritório) e a casa para tratamentos (massagens e outros) que
está a ser recuperada. Além das casas, há casas-de-banho composto e duches,
espalhados pelo terreno. Existe também a Yurt que é mais utilizada para quem
vem de fora e quer alugar um espaço onde ficar. Os outros espaços da
quinta, são: o galinheiro, a horta, a casa dos burros, as colmeias e um terraço
com um toldo verde onde se fazem actividades ou reuniões de grupo ao ar livre.
Ao pé da quinta, passa uma ribeira de onde é retirada a água para a quinta, que
tem umas cascatas bem pertinho para quem se quer deliciar nas suas águas
“gélidas”. J
Amanhã é o meu último dia nesta
comunidade... Aqui não fico 1 semana inteira como de costume, porque tenho de
estar em Lisboa no sábado para participar num seminário. Amanhã é o meu último
dia, mas hoje foi o dia das despedidas, porque amanhã é o dia do silêncio aqui
na comunidade. Assim sendo, todas as actividades para o dia de amanhã foram
combinadas hoje à hora do jantar e amanhã durante todo o dia as tarefas são
feitas em silêncio. É um dia introspectivo, connosco
mesmos... A ver vamos! J
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