sexta-feira, 24 de maio de 2013

Crises, não monetárias... mas sim, existenciais

Quando estamos alinhados com a vida, tudo nos parece mágico e fácil e fluído e tudo e tudo e tudo... Mas é nas crises, que se acreditamos (belivamos) realmente, deveríamos seguir em frente com mais força do que antes... Mas digo-vos, neste momento ando em crises existênciais. Das boas e das fortes! E das grandes... lolol.... 

Depois de um ano de experiências e de mudanças radicais na minha vida, não me dei conta do gasto de energia que tive, da quantidade de pessoas diferentes que conheci, das mudanças e adaptações que tive de fazer e do desgaste emocional e físico, que sinto hoje. Por muito que o ano tenha sido positivo, útil e fantástico... as sequelas começam a aparecer e o cansaço de trocas e mais trocas, palestras e tal... começam a não ser novidade!

Neste momento, a minha subsistência é mesmo muito pouca. A notar:
- despesas mensais da casa: uma amiga está no meu quarto e paga as despesas e não o aluguer
- (alguma) comida: colar autocolantes num supermercado uma vez por semana, em troca de produtos
- fazer sopa para os sem abrigo e trazendo sopa e alguns legumes para casa em troca
- deslocações: transportes públicos (ainda tenho algum dinheiro) ou de carro, esporadicamente com o gasóleo que o meu amigo põe, usufruindo em troca o meu carro

Tudo o resto que acham que são as despesas de uma pessoa, como sair, comer fora, comprar roupa ou outros gastos, esqueçam... não estão no meu orçamento... nada de nada!

E com tudo isto começo a pensar... o que me move a fazer trocas, a continuar a viver assim, quando podería ter uma vida mais estável... Arranjar eventualmente um emprego ou levar dinheiro pelas palestras que dou ou até dar formação a troco de dinheiro, ensinando as pessoas a serem mais poupadas e ecológicas, por exemplo. Ainda não cheguei a nenhuma conclusão! Sei que sou uma pioneira das trocas e ninguém disse que era fácil viver assim... ainda por mais, quando não vivo numa comunidade e sou das poucas pessoas que vivem desta forma... 

Posso dizer que a minha sustentabilidade vai ficar finalmente assegurada, quando tiver a minha horta em acção (que será para o mês de Junho) e quando formalizar a troca com os transportes públicos (que me parece que está para breve também)... Contudo, percebo que neste momento a minha sustentabilidade passa por sobrevivência e não por vida... E a vida também é feita de desejo, de vontade, de prazer... Por isso, há que começar a pensar em dar uma volta aqui à vida... Das duas uma: ou começo a ter mais prazer ainda em todos estes projectos que estou a coordenar... ou começo a ter prazer na vida dia-a-dia nem que seja a colar os ditos autocolantes no supermercado e a andar mais a pé para compensar a falta de gasóleo. Fazendo assim destes momentos, o meu hobbie predilecto!

Esta época que passo, posso dizer-vos que até hoje foi a mais transformadora, adulta e "entranhada nas minhas entranhas" assemelhando-se a um novo nascimento, como mulher e pessoa. Não é nada fácil... é doloroso, mas uma dor saborosa, daquela que percebemos que vai ser muito importante no futuro, como o novo nascer de um dente ou o nascer de um filho. É isso mesmo... sinto a desabrochar o meu primeiro dente do siso... e a dar à luz uma nova Andresa que tem uns flashes do que ela possa vir a ser, mas ainda não vislumbra na perfeição toda a sua forma.

Intenso? Perfeito? Mágico? Fugaz?... Tudo isso e muito mais... muito que sei e muito ainda mais, que não sei... mas que vou adorar saber, viver e sentir...

Como costumava dizer numas epócas atrás da minha vida:
"Estou melhor que ontem, mas amanhã vou estar melhor que hoje" e "Dói, eu sei... mas vai valer a pena."

Oxalá! http://www.youtube.com/watch?v=_tWhbZH6U9k

2 comentários:

  1. Este seu post fez-me lembrar este (que li hoje também!) e o livro cujo link lá vem:
    http://zenhabits.net/little-book/
    E tem algo a ver com este texto que eu escrevi há umas semanas atrás:
    http://www.papelonline.pt/revista/viver-com-menos-nao-e-o-fim/
    Gosto muito do seu blog e admiro a sua forma de vida. Também eu gostava de fazer mais trocas (faço algumas, muito incipientes, por falta de mais gente com quem trocar), mas sinto-me inspirada cada vez que aqui venho!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. ... viver com trocas, com partilhas ou com dinheiro... o que interessa é ser-se simples na vida... e vivê-la, né? Boa vida para si e grata pelos links! *

      Eliminar

Obrigada pelo seu contacto! Responderei o mais breve possível.