quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

"Don't compare your life with others, you have no idea what their journey is all about" (Randy Pausch)

"Não compares a tua vida à dos outros, não tens a mínima ideia de como é a viagem deles.", diz o título do meu post de hoje. E é mesmo verdade!

Tantas vezes nós olhamos para uma pessoa e queremos ter a vida dela, a forma dela ser, de pensar, de estar, de sentir, os bens dela, a família dela... mas não temos a mínima ideia de como ela é na realidade.

Uma vez, joguei um jogo em que me perguntaram quem eu queria ser e a única coisa que me lembrei de dizer na altura, foi: "não gostava de ser ninguém em especial, gostava de ser eu." E é verdade, não há nada que aspire mais do que ser eu... ser eu própria... e acreditem que ser eu própria dá uma trabalheira tamanha, que não imaginam. Sermos nós próprios é difícil como o caraças, complicado como tudo e uma responsabilidade imensa e enorme. Dizer-mos aos outros aquilo que realmente estamos a pensar, sem querermos ser simpáticos ou "fazer sala", mas sim, dizermos o que sentimos e quem nós somos, da forma mais assertiva, sincera e honesta do nosso mais ínfimo ser. 

É isto que desejo, cada vez mais! Ter a minha própria viagem, uma viagem onde me possa sentir bem, sem ter medo das alturas do avião da vida, dos enjoos do barco ou dos acidentes nas auto-estradas. Uma vida em que me sinta segura, confiante e autêntica do que sou eu... como ser humano que desejo ser cada vez mais. Não ter a vida de ninguém... ter a minha, aquela que está dentro de mim e que nem sempre consigo trazer cá para fora. Dizer o que não me agrada da forma mais assertiva possível, mostrar o que quero sem ter "medo" do que pensam ou deixam de pensar... rir quando apetece rir... chorar quando apetece chorar... ser eu quando se tem medo de se ser aceite ou não... ser apenas e só: ser eu!

E estou com esta conversa toda, porquê? Porque muitas vezes quando dou palestras ou falo com alguém sobre o meu projecto, as pessoas acham-me muito corajosa, aventureira, confiante, inspiradora e... às vezes nem sei bem porquê. Não sei se isto que sinto é (falsa ou verdadeira) humildade, se é não me dar valor ou se realmente é apenas e só, uma sensação de que a minha vida é isto e ponto final, não há nada de importante, de mais especial ou fantástico. É apenas e só a minha escolha de vida! Uma vida que pode não ser totalmente formal e "normal" mas que não tem nada de especial! Outro dia pus-me a pensar que talvez eu não ache a minha vida nada de "fantástico" ou anormal, porque a minha escolha foi tão de dentro... tão intensa e tão decidida, que não foi custosa... e por isso, nós achamos sempre que só o que é custoso é que realmente é importante ou vale a pena ou é especial... talvez seja por isso...

Contudo, apesar de tudo, do meu sorriso de sempre, do meu olhar sincero e de toda esta minha vida que cada vez mais tem sido fantástica com tantas trocas que tenho feito e tantas pessoas que tenho conhecido, a única coisa que vos posso dizer é o "Don't compare your life with me, you have no idea what my journey is all about"! Cada vida é uma vida e é incomparável!

"...se te atreveres a ser... Completamente tu" http://www.youtube.com/watch?v=wIdtzK_bclM

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Ter para ser...

Tenho a certeza que os desenhos animados da minha infância estariam diferentes se hoje os fossemos re-desenhar. Todos crescem e nem sempre da forma que estaríamos à espera! Por isso, nunca devemos esperar nada... eheheh... 

Passados alguns anos, as prioridades mudam e sem dúvida a Alice do País das Maravilhas (por exemplo) acharia que um país das maravilhas seria um país consumista, cheio de materialismo e de muitas e variadas coisas para "encher" o ego! Bem... claro que isto seria só uma vertente da coisa!!! Ehehehe...

Aproveitei só este desenho e esta deixa, para falar de uma "conclusão" que tenho vindo a pensar estes últimos dias: as prioridades do ser humano passaram do "ser" para o "ter". Não sei contudo, se algum dia a prioridade foi o "ser", acho que antigamente era o "estar". Estar com a família, amigos, com a natureza... etc etc... mas depois não sei qual foi a volta que isto deu, nem onde nem como, começou a virar-se tudo para um "ter" desmedidamente grande! A quantidade de centros comerciais que abriram nos últimos tempos, por exemplo, é uma coisa descomunal. A publicidade e o marketing, sem dúvida foram duas áreas que cresceram tão exponencialmente que já não nos veríamos sem elas, nos dias de hoje. E porquê!? Porque temos sempre de ter algo para comprar e algo para vender. 

Os meus pais sempre me ensinaram uma velha máxima que é: "Gasta somente o que tens" e foi algo que nem sempre foi muito bem aprendido, mas cada vez mais, o é. Os meus (ex) sogros por exemplo, nunca compraram nada a crédito ou a prestações. Até mesmo a casa deles, preferiram sempre alugar porque diziam que se não tinham dinheiro para a comprar toda de uma só vez, também não se queriam estar a endividar, porque não sabiam o dia de amanhã! E é muito bem pensado, sim senhores!

De créditos e prestações, só tive 2 na minha vida, chamadas de: casa e carro. A primeira casa que comprei, teve de ser com prestação ao banco, claro está e quando foi para vendê-la perdi imenso dinheiro, porque não valorizou. A segunda compra com prestações foi o meu carro. Aliás, já tive 3 carros a prestações, mas os dois primeiros fiz permutas e a coisa funcionou... Agora este é que me está a tirar do sério... Onde é que eu tinha a cabeça para fazer uma compra a 9 anos!?!!? Bem... a cabeça estava em cima do corpo e na altura, o corpo dizia-me que ia estar a vidinha toda a trabalhar no escritório, porque estava efectiva e com um bom salário ao final do mês... O que o meu corpo não sabia, é que a dado momento da minha vida, o meu coração começaria a falar mais alto.

Mas pronto... isto tudo para vos dizer... que o problema dos dias de hoje são nada mais nada menos do que os créditos. O desejo de ter algo e não ter ali o dinheiro para o comprar. Quer seja, uma casa, um carro, viagens, férias, uma jóia, roupa ou um electrodoméstico. E aí, toca a ir aos créditos, aos cartões fabulosos com plafonds e coisas que tal... é uma vida muito facilitada esta dos créditos, sim senhor! O que não pensamos é que é um ciclo vicioso, que nos mete numa rodinha de hamster sem saída, porque depois queremos sempre mais e mais... e mais... e outra vez mais! Porque se comprámos aquela roupinha tão lindinha, outra vai sair em breve numa outra lojinha perto de si. E pronto, aí andamos na tal rodinha de hamster.

Se fosse hoje, mudava algumas coisas na minha vida para não ter encargos e ser mais livre! Uma era não ter carro com prestações e às tantas nem ter carro mesmo... outra era não ter animais em casa, cada vez mais penso em como isto de ter animais de estimação é anti-natural. E por fim, a outra é não ter casa própria que tem sempre de se pagar condomínios, EMI e as ditas prestações. Outro dia ouvi falar que o nosso país é dos que tem as casas mais caras da Europa e onde as pessoas fazem questão de ter casa própria. Eu já fui também assim... é uma coisa que nos está enraízada, como se esta coisa do apego nos seja algo necessário à sobrevivência! Bem... eu estou praqui a "cantar de galo", mas o que é certo é que tenho casa própria de família e isso é realmente um dom... Contudo, tenho conhecido cada vez mais ideias super interessantes para que as pessoas sejam o mais partilhadas possíveis e se ajudem cada vez mais... porque ser rico, não é só ter bens... é ser rico também por dentro.


Vamos mudar a letra da música!?!?! I'm a true girl :) Eheheheh... http://www.youtube.com/watch?v=FbJa10fzNOM

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Eu e o meu molho de grelos

Lembro-me muito bem, de quando era pequena fazer grandes birras para não comer verduras ou salada, ou fruta ou tal... Bem, tudo o que tivesse a ver com alimentação saudável. Bem, isto só até aos 6 anos de idade quando vivi com os meus avós e quando tinha a sorte (ou o azar) de escolher diariamente o que comer, baseando-se sobretudo em batatas fritas, ovos estrelados e bifes. Sem contar com os milhentos bolos, gelados e gomas. Enfim... o que é certo é que quando me mudei para Castelo Branco, para viver definitivamente com os meus pais, a coisa mudou de figura e passei a comer tudo e a gostar de tudo. Mas para vos dizer a verdade, grelos foi uma das coisas que nunca fui muito apreciadora, só para que saibam!

Lembro-me da minha família fazer grelos com tudo: na sopa, no arroz, em esparregado... Eu sei lá mais o quê... O meu avô, produtor de cerejas, tinha também uma horta e pelos vistos, os grelos eram bem abonados na zona. Mas grelos, nunca foi a minha "especialidade"... ehehehhe... Felizmente que a partir do momento em que comecei a viver com os meus pais, os meus gostos alimentares adaptaram-se mais e deixei de pura e simplesmente comer, aquilo que me dava na real gana. Os avós são maravilhosos para muitas coisas, mas também nos estragam com muitas mais. E talvez esta minha alimentação na infância não me tenha ajudado muito a me organizar na adolescência e fase adulta.

Mas pronto, isto tudo para vos dizer, que agora sou uma moçoila que gosta de tudo o que é verde, saladas, legumes, fruta e sei lá mais o quê... E tenho-vos a dizer também que ultimamente tem sido difícil angariar estas coisinhas, porque com a falta de tempo e excesso de trabalho que tenho tido, as trocas ficaram para segundas núpcias. Há já praí um mês ou mais, que não via verduras cá por casa, mas felizmente que fui dar uma palestra e a minha troca foi um cabaz cheio de comidinha verdinha e fresquinha! Fiquei tão, mas tão feliz... que vocês nem imaginam!

Feliz, também fiquei hoje quando fui passear a minha cadela ao sítio do costume, aqui perto da minha casa e vejo uma senhora, dona de uma pequena mercearia a dirigir-se para o lixo, para deitar fora 5 molhos de grelos! E eu pensei: "Pára tudo." E não só pensei como disse à senhora: "Vai deitar isso tudo fora? Mas estão assim tão maus?" E ela disse-me: "Nem por isso. Tome lá." E eu fiquei para ali a pensar no desperdício daquilo e a pensar como poderia alguma vez na vida, ficar feliz por levar 5 molhos de grelos para casa, ainda por cima, quando não sou apreciadora de grelos! Mas fiquei tão mas tão feliz de mais "verde" entrar na minha casa, que vocês nem queiram saber!

E foi assim... e foi assim que hoje fiquei feliz por me deliciar com uma bela sopinha de abóbora, cenoura e os belos grelos, que outrora fiz birra!

domingo, 2 de dezembro de 2012

Haja tempo e "connects"...

Agora que me falta menos de um mês para começar a viver quase que a 100% de trocas (uma vez que já não tenho disponíveis outros 1111€) começo a pensar como é diferente o meu orçamento anual de há um ano para agora!

Quando iniciei este projecto, tive de fazer um orçamento inicial, com base nas despesas oficiais que eram normais para mim até à data de 10 de Dezembro de 2011, que já agora passo a partilhar convosco. Contas feitas por alto, até eu viver sem ser por trocas, gastava em média 15000€ anuais, sem contar muito com actividades de lazer. Assim sendo, estes 15000€ incluíam apenas as seguintes despesas: internet e telecomunicações; gasóleo; portagens; refeições fora de casa; comida e veterinário dos meus animais; despesas mensais de água, luz, gás e condomínio; compras para a casa (alimentos, produtos pessoais e do lar); selo, seguro, revisão e prestações do carro; saúde; cuidados de beleza; hobbies e férias. 

O que é certo é que tive de minimizar estes 15000€ para a módica quantia de 1111€ como todos já sabem. Assim sendo, abdiquei totalmente das seguintes despesas: internet e telecomunicações; refeições fora de casa; despesas mensais (porque é o "departamento" da minha hóspede); cuidados de beleza; hobbies e férias. O que se continuou a manter, foi mesmo, o selo, o seguro e a prestação do carro e ainda que poucas vezes, algum pagamento para o gasóleo. De compras para a casa, quase ou nada faço, bem como detergentes e produtos de beleza que vou arranjando nas trocas. Férias, não gasto dinheiro, pois viver de trocas é nada mais nada menos do que se estar sempre de férias, não estando! :) E hobbies... bem, para quê ter hobbies, quando toda a vida é um verdadeiro e alegre hobbie?

Esta divagação toda, para partilhar convosco, que se falta menos de 1 mês para o término do projecto, começo a pensar que agora sim, vou viver de trocas, porque já não tenho nenhuns 1111€ para gastar sempre que precisar e por isso, começo a pensar que tenho de me fazer à vidinha, tendo como prioridades o seguinte:
- comprador do meu carro, para acabar de vez com as despesas do selo, seguro, prestações do carro e gasóleo
- parcerias com companhias de transportes. Há que fazer uma troca com a CP, carris ou metro, para ver se consigo ter alguma autonomia face às minhas deslocações. Bem sei que andar a pé ou de bicicleta (agora que já tenho uma) é opção, contudo, não me parece que consiga andar de bicicleta todos os dias mais do que 40 kms, pelo meio das estradas e estradinhas que substituem a IC19... Mas nada é impossível, hém?
- parcerias com supermercados, mercearias ou restaurantes de preferência vegetarianos. Pois bem, julgo que continuo a ter a possibilidade de trocar com a minha vizinha e com outras pessoas que me vão arranjando alguns alimentos, contudo, para conseguir dar vazão e continuar a trabalhar na vida das trocas, preciso de ter mais disponibilidade e mais segurança ao nível das trocas que faço, ou seja, com maior sustentabilidade. Por outro lado, julgo que apesar de ter mudado a minha alimentação, ainda não foi o suficiente para me sentir saudável e está à vista porque não emagreci quase nada. Assim sendo, é urgente que faça cada vez mais trocas de comida saudável, biológica e sobretudo vegetariana, isto porque continuo sem tempo e espaço para ter uma horta.
- parcerias com empresas que tenham alimentos para animais. Preciso de ter assegurada a comida para os meus bichanos para o ano todo. Quanto a veterinário, apesar de ter uma amiga no Porto, preciso também de encontrar alguém aqui da zona de Lisboa para ser mais facilitador para mim, ao nível das deslocações.

Assim que me lembre é o que preciso por agora... coisa pouca! :) Acho que despesas com roupa, maquilhagem e bijuteria ainda não vão sendo precisas, contudo, começo a pensar algumas vezes (mas pouquinhas...) como gostaria de ter uma peça de roupa nova, um par de sapatos ou um colar novo. Mas para vos dizer a verdade, ainda não sinto muita falta!... Só um pouquinho! Acho que isso é uma questão de começar a aprender a costurar de vez e a fazer as minhas próprias peças de roupa...

Haja tempo! Havendo tempo tudo é possível! Tempo e... como eu costumo dizer, "Connects"! :)

http://www.youtube.com/watch?v=ntm1YfehK7U

sábado, 1 de dezembro de 2012

Não fiquemos mudos à mudança!

Esta coisa de se viver de trocas, tem muito que se lhe diga. Há tanta diferença da vida "comum e normal" que vocês nem queiram saber.

Para começar, todos os dias são iguais, não há cá feríados, férias ou fins-de-semana... os dias são dias e é com esse sentimento que se vive cada dia. O que tem as suas vantagens e desvantagens, claro está. Por outro lado, não sei muito bem dizer se estou a trabalhar ou se estou sem fazer nada ou se estou ocupada, ou se é um hobbie ou sei lá! O que eu sei, é que tenho sempre coisas para fazer e não há forma de parar um momento, porque preciso sempre de trocar. 

Hoje é sábado... Dizem... :) Cá para mim é um dia como outro qualquer, um dia em que poderia bem estar a descansar de papo para o ar! Mas não estou e não estou porque como me meto em tanta coisa, não há tempo para nada nem para ninguém. Bem... até há... porque tempo é o que fazemos com ele e eu tenho usufruído muito bem do meu tempo. Mas pronto, adiante! 

Isto tudo para vos dizer, que há séculos que não tenho um fim-de-semana livre e como sabem, também não tive férias, o que começa a tornar-se "cansativo"! Às vezes sabe mesmo bem estar de papo para o ar. Mas pronto, eu digo isto, mas não consigo mesmo parar um bocadinho. Ainda me lembro, na minha "primeira vida" (primeiro casamento) que nós íamos de viagem para o estrangeiro naquelas viagens de turistas com tudo incluído e para mim, era um sofrimento estar de papo para o ar na piscina ou na praia, com a pulseirinha no pulso a comer e a beber o dia todo. Nada disso... eu punha-me logo a escapar para o mercadinho cultural mais perto para ver se via gente. Acho que sempre tive este espírito aventureiro dentro de mim... só que não sabia... :(

Mas continuando no meu raciocínio do post de hoje (se é que tenho algum raciocínio) o que vos queria contar é que hoje tive um workshop do Teatro Imediato com um professor de Teatro Playback da Inglaterra! Foi muito bom aprender novas técnicas, novas dinâmicas e novas abordagens para me aperfeiçoar neste tipo de teatro que tenho vindo a fazer e que considero sem dúvida, muito ao nível do desenvolvimento pessoal. O meu grupo de teatro, intitulado Teatro Playback, de que já falei no meu blog é um teatro comunitário, onde não havendo uma peça ensaiada, há sim, o representar histórias que são contadas pelo público. É muito bom e deveras muito "humano" esta coisa de ouvirmos histórias e de recontar as histórias de forma teatral. É uma aprendizagem de vida!

Este curso veio mesmo a calhar porque na próxima quarta-feira vamos fazer uma performance aberta ao público, onde eu vou ser um dos elementos efectivos do grupo e por isso, tenho uma responsabilidade acrescida! A performance terá o tema da Mudança e serão solicitadas histórias acerca dessa temática. (ver mais em https://www.facebook.com/events/127294850758373/?fref=ts)  Estou bastante entusiasmada... não estou nervosa, porque nestas coisas do teatro nunca fico assim muito nervosa, ainda por mais quando não tenho de decorar texto... Assim como assim, estou mais com um formigueirosito na barriga com a ansiedade da entrada no palco e com o prazer que será pisar o palco no espaço lindíssimo onde a performance se vai fazer, no espaço mE108, nas Janelas Verdes, um espaço de artes e de artistas de uma grande amiga minha.

Vai ser bom... mudar é sempre bom! http://www.youtube.com/watch?v=1JBjYowe-k8