Mas, quis o destino que realmente
juntasse o útil ao agradável e apesar de vir em trabalho, venho também de
férias! “E para onde?” – perguntam
vocês. “Para o sítio onde passei mais férias
durante toda a minha vid: a casa dos
meus avós, numa aldeia perto da Serra da Gardunha!” – respondo eu!
Desde que me conheço as minhas
férias foram sempre passadas na aldeia dos meus avós maternos, o Souto da Casa.
A aldeia do Souto da Casa, perto do Fundão, distrito de Castelo Branco, sempre foi o
meu poiso durante as férias grandes, durante toda a minha vida. Na companhia
dos meus avós, vinha para aqui, comer todas as batatas fritas com ovos
estrelados que me apetecesse; comer dois ou três gelados por dia; bordar ponto
cruz; ajudar a minha avó na lida da casa; ver a minha avó a fazer malha,
crochet, renda; ver o meu avô diariamente com um sorriso na cara (ou não)
porque este ano é que era, havia cerejas com fartura, para dar e para vender;
brincar com a minha amiga de infância e ver a mãe dela a tratar da horta;
suspirar pelo meu amor de infância (todos temos sempre um amor de Verão, na
terrinha); ir à piscina municipal ou à ribeira; passear na aldeia ou visitar o
Senhor da Saúde (o padroeiro da aldeia, que tem festa em sua homenagem no mês
de Agosto); jogar às cartas na rua ou ao senhor Reizinho; entre muitas outras
coisas!
Pois é, a aldeia dos meus avós é
a mais bonita de Portugal! Ehehehe... bem, só digo isto, porque a “nossa”
aldeia é sempre a mais bonita, né? Claro que há outras aldeias mais bonitas que
esta, mas esta tem uma coisa que a caracteriza como a melhor de todas: o sabor
dos alimentos! Esta terra, este ar e esta chuva são sem dúvida elementos, que
tornam os alimentos, os melhores do planeta, porque ainda me lembro, do sabor
do tomate, das batatas, das cerejas, das ginjas, do azeite... Eram a modos que uma
coisa “p’ró magnífica”. Claro que na minha infância e adolescência não ligava
nada a isto, para mim, batatas eram batatas, tomates eram tomates e como
geralmente só comia os alimentos provenientes da aldeia, não sabia diferenciar
o que eram alimentos verdadeiros, de alimentos “plastificados”. Bons tempos!
E hoje estou de regresso a umas
férias, pois há muito tempo que por aqui não passava. Com a morte dos meus
avós, a aldeia foi ficando para trás, porque pouco ou nada, me liga aqui...
Excepto a minha amiga de infância e alguns primos, claro está!
E porque vim eu?! Pois... os meus
avós têm aqui duas casas de família e como certamente não precisamos de duas
casas na mesma aldeia, vim fazer as limpezas de uma e tratar da sua venda! E
são assim as minhas férias! Em troca de gasóleo para ter andado nas comunidades
durante o Verão e também para ter chegado aqui, mais alguma comida para me
sustentar durante esta semana e detergentes para limpar a casa, cá ficarei eu a
limpar uma casa de três pisos, fechada
há mais de 3 anos, para que fique mais apetecível na venda! Vai ser uma árdura
tarefa!
Pois, na verdade não são assim
grandes férias! Mas para mim vão-me saber que nem ginjas... (ou cerejas..
eheheh), pois na verdade, desde que o projecto começou ainda não tive um tempo
sozinha, a pensar na vidinha! Andei sempre de um lado para o outro, cheia de
gente por todos os lados, a fazer trocas com meio mundo, a reorganizar a vida
diariamente para ter sempre comida e tal... e por isso, para dizer a verdade,
nem vou dar conta de que terei trabalho nas limpezas! O ar do campo, a paisagem
fenomenal da varanda do meu quarto (vejam o post de hoje), o som das cabras a
pastar com os seus badalos a soar, o nascer do som de mansinho, os pássaros a
chilrear e os cães da vizinhança a dialogar com a minha cadela, valem por todas
as limpezas deste mundo!!! O que eu gostava mesmo mesmo... era de umas belas
cerejas como antigamente para me dar energia... Mas pronto, nem são o tempo
delas, por isso, nada de sonhos!!! E vamos à realidade, porque as limpezas,
esperam-me!
http://www.youtube.com/watch?v=DPj1NVIPiHk
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