quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Com ou sem oxigénio?


Mais uma noite que dormi ao relento e hoje sim, descansei. A minha cadela não ladrou uma única vez, pelo que esteve assegurado que nenhum bicho se aproximou do meu quarto. Comecei a perceber melhor esta “coisa” de dormir ao relento e é bem bom. O ar corre-nos na face, ouve-se o vento, os pássaros e os galos pela manhã como se de “stereo” se tratasse. Comecei a perceber o bom que é oxigenar os pulmões sempre com ar diferente e não sempre o mesmo ar dentro do mesmo quarto, uma vez que foi desta forma que o patriarca desta família me explicou a vantagem do “dormir ao relento”. Tudo correria bem e eu dormiria ao relento até ao fim da minha estadia aqui, não fosse um pequeno pormenor que me aconteceu no final do dia de hoje. Mas já lá vamos. Agora vamos ao desenrolar do dia, sim?

De manhã, como ontem e como “tradição”, dá-se de comer à vaca. Novamente fui ajudar a cortar as plantas para o alimento da vaca e da mula. Cortou-se também alguns cactos, de nome Opúncia, os tais, de onde se tiram os figos da Índia (os roxos) e outros amarelos que não sei o nome. (ver mais em http://en.wikipedia.org/wiki/Opuntia) Das folhas dos cactos há mais de 200 utilizações, contudo aqui na quinta em todas as refeições se faz salada de cactos às tirinhas para se acompanhar com as restantes iguarias. Sempre tinha ouvido falar muito bem do Aloé Vera, mas deste eu desconhecia e pelos vistos faz bem a uma data de coisas. A vaca também gosta do cacto, contudo, nós damos-lhe as folhas que estão mais velhas e secas, aquelas que nós não comemos.

Da parte da manhã, voltei a estar com as crianças da família. Desta vez, estive a ensinar a fazer bordados. Dos que me lembrava da minha avó e mãe, ensinei o ponto a cheio, o meio-ponto e o ponto de cruz. Aprenderam super rápido. Estes miúdos são super espertos! J Depois foi a vez deles me ensinarem a mim e assim sendo, ensinaram-me a fazer umas estrelas em lã, com uns pauzinhos que apanharam da natureza. Ora vejam lá na foto do post de hoje se não estão lindas?! Comecei logo a pensar em decorar a minha árvore de Natal só assim! Giro, não?

Da parte da tarde, o patriarca da família pediu-me se eu podia dar uma ajuda a formatar um documento feito por ele e já outrora traduzido por uma portuguesa, sobre o estilo de vida, aqui da quinta. Claro que aceitei! Assim, a partir de agora as minhas tardes serão a formatar o documento e a traduzir uma parte que a tal portuguesa não chegou a traduzir. Claro que vou precisar do meu amigo Google Translate para esta situação, mas tudo se fará, de certo! O documento intitula-se: “Comer e viver naturalmente: sete regras para viver na Natureza com sucesso” e amanhã falarei melhor sobre ele!

E foi assim o meu dia... que finalizou numa surpresa. Ora estava eu toda lampeira a preparar para dormir a minha terceira noite ao relento, quando fui passear a minha cadela pelas redondezas. Ao sair do portão da quinta, vejo no chão uma cobrinha que achei que era um brinquedo daqueles de plástico que as crianças têm no dia-a-dia. Ontem por exemplo, quando estivemos a fazer desenhos, a criança de 7 anos copiou uma das lagartichas a olho e eu até lhe tirei uma foto, porque para 7 anos o desenho está fantástico. (Ora vejam na foto do post) Assim sendo, ao me deparar para a cobrinha no caminho achei que era mesmo um boneco desses de plástico, porque era mais ou menos do mesmo tamanho e não se mexia. Como estava a anoitecer, eu também não via muito bem, mas mesmo assim, com o meu chinelo dei um toque no rabo da cobrinha para me tirar de teimas... e voilá!!! Vi uma línguita a sair da cabeça... “Será que vi bem?” pensei eu. Peguei num pau comprido e toquei novamente na cobrinha... E vi, claro que vi bem. A bela da cobrinha fugiu devagarinho e eu fiquei a pensar que ontem tinha sido a minha última noite ao relento e que hoje seria a minha primeira noite num carro com pouco oxigénio, mas sem possibilidade de entrarem cobrinhas ou cobronas!... E também acho que não sei o suficiente para tocar a flauta cor-de-rosa que me deram, afim de enfeitiçar a cobra que possa vir a aparecer. (Eu sei... eu sei que a cobra era pequenina e tal... mas acho que no caso das cobras, a minha cadela é capaz de não dar conta se elas entrarem para dentro do meu saco cama, por isso, é melhor não fiar muito.)

E pronto... agora que finalizei o meu post de hoje, no interior no meu carro e às escuras, vou dormir neste “chão” bem duro, pois não tive tempo para encher o meu colchão de ar... talvez o encha amanhã!!!

2 comentários:

  1. Olá Andresa,

    Se não me engano, é uma cobra rateira cuja missão era proteger a Andresa dos roedores que vão visitar meninas que dormem ao relento :))

    Miguel Santos

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    1. Quem não sabe, é como quem não vê.... eheheh... E ainda bem que também não vi roedores!!! Ahahaha... :)

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