segunda-feira, 3 de junho de 2013

Prazeres... A própria vida!

Ultimamente tenho pensado muito em como tenho mudado. Chame-se de transformação, transmutação, mudança ou alteração... o que é facto é que já nem me conheço. Se por um lado isso tem um sentido lindo da vida, de que a vida não pára e devemos estar sempre em constante movimento, por outro lado é assustador quando nos lembramos de quem éramos, do que gostávamos, de quem queríamos ser... e de uma hora para a outra tudo muda!

Hoje, estive com um médico que me disse, no seu ar de entediado pela vida: "Sabe a vida é uma doença e só há um medicamento para ela: a morte!" Fiquei deveras arrepiada! Se por um lado compreendo a comparação feita, por outro lado, não me parece nada que queira morrer para tratar esta minha doença de uma vez por todas. 

E esta frase ressoou-me cá dentro... dentro de mim, do meu coração, ou alma, ou mente, ou o que queiram chamar... ressoou-me forte e pus-me a pensar quem sou eu, porque estou aqui, para que serve a vida e tudo isto a que chamamos estar, ser e existir. Mais uma vez, perguntei dentro de mim, se a vida só serve para trabalharmos, muitas vezes em algo que nem gostamos, para depois ter dinheiro, para depois comprar coisas e para depois dormirmos a pensar na quantidade que temos de fazer. Não me parece que seja para isso que se vive! Por outro lado, também não acho que a vida seja para viver ao "Deus dará" tendo prazeres sem fim para ocuparmos ou preenchermos o vazio dentro de nós e fazer com que um dia passe depois do outro e por aí fora. Não cheguei a grandes conclusões neste meu pensamento, mas cheguei a uma: estamos todos aqui, para mantermos a vida o melhor possível, uns para os outros. Estamos aqui, para nos evoluirmos e dar-mos as condições mínimas/médias de vida para vivermos e pelo menos, para vivermos a sorrir. Por isso, estamos aqui, para dar, doar, servir... porque quando servimos ao outro, servimo-nos a nós mesmos.

Todos estes meus pensamentos seriam muito lindos e maravilhosos, se eu estivesse totalmente preenchida e enriquecida com a vida, o que nem por isso é verdade! Já não trabalho o dia inteiro em algo que não me motivava e por isso, não tenho dinheiro e não faço compras. Sendo que na minha anterior vida, fazer compras era sem dúvida a minha principal fonte de prazer. Antigamente tinha como minhas fontes de prazer: comprar, comer e trabalhar. Sendo que neste momento, não compro... como menos (porque estou a fazer dieta e por isso, a não ingerir açúcar) e não trabalho propriamente... surjo neste momento com inquietações do género: "Afinal o que é que me dá prazer?" 

Há algo que me dá muito prazer... pegar no carro sem destino e levar a minha cadela, para a praia, para o campo, a visitar a família ou sei lá! Mais um prazer que me ficou cortado, pois neste momento para pagar a prestação do carro, emprestei-o a um amigo e como não tenho dinheiro (e ainda não fiz trocas com uma gasolineira) para o gasóleo, mais um prazer que ficou fechado numa caixinha.

... Eu era muito vaidosa... e se algo não estava bem ou me precisava de sentir melhor, lá ia eu para o shopping, comprar maquilhagem, roupa, vernizes... nem que fosse para preencher aquele vazio momentâneo... Mais um prazer que se foi à vida...

E por isso, agora ando a descobrir novos prazeres... e essa descoberta é uma coisa tão cá de dentro, que por vezes tem amarras tão fortes e que não me deixam perceber afinal onde está o prazer da vida... Bem sei, que é nos abraços, na música, nos sentimentos, nos amigos, nos mimos, nos meus animais de estimação, no céu estrelado... eu sei lá! Sei tudo isso... mas acontece que me sinto a voltar às origens, por opção própria bem sei, mas de uma forma mais rápida e acelerada do que tinha alguma vez imaginado... 

Não está fácil... não é fácil... mas como costumo dizer: "Hoje estou melhor que ontem e amanhã estarei melhor que hoje."

6 comentários:

  1. Olá Andresa

    Tem sido muito interesse acompanhar esta sua aventura. Há mais de um ano atrás conversámos sobre a possibilidade de realizar uma palestra na Escola Artística António Arroio, tal não me se verificou ser possível de realizar na altura. Esta ano lectivo, por outro conjunto razões, tal também não se verificou ser possível. Muitas questões se levantaram e achei por bem que uma palestra como esta deveria aguardar o momento em que fizesse sentido acontecer. Tal não se verificou infelizmente.

    Mas como o que importa é o que seu caminho e o que ele significa para si, tudo o resto perde importância.

    A propósito deste seu post, e perdoe-me a ousadia, talvez lhe possa dizer que o seu papel neta vida, a que lhe calhou viver, a sua missão, o sentido da sua existência, etc, etc talvez seja apenas um: a ANDRESA. (isso mesmo, tão somente a Andresa!)

    Seja feliz, muito, muito feliz, é essa a razão da sua existência minha querida !!

    Um grande beijinho de alguém que apenas lhe pode agradecer de todo o coração a sua partilha, o seu coração aberto de para em par, partilhando tanto de si, assim sem medo nenhum, ao longo de todo este tempo.

    Bem haja
    MM

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    1. Olá Manuela!
      Lembro-me perfeitamente de si e da sua escola. Irei lá quando tiver de ser... sendo uma escola de artes, vou adorar, certamente.
      Por enquanto, continuo a viver... e a descobrir a Andresa para a qual nasci!
      Bem haja pelas suas palavras que me fizeram verter água.
      Um beijo e um abraço grande *

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  2. Mais um belo post, sobre coisas em que também penso bastante. E ontem mesmo, acabei de ler um livro que fala de tudo isto e aconselho vivamente: Little Book of Contentment, é um e-book, é mesmo "little", lê-se em pouco mais de uma hora. Pode ser descarregado gratuitamente aqui: http://zenhabits.net/little-book/

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  3. olá, pelo que tenho lido, gosto da tua maneira de ser. E podes ainda ser um pouco vaidosa, ter gosto pela roupa, feminina até. Não és catalogada como " nariz empinado " por causa disso. o ter gosto pela roupa, não impede de seres a pessoa que és. és boa pessoa e isso basta. não se encontram pessoas como tu, hoje em dia. beijos e um abraço. força!!! aqui já ouvi dizer " a nossa pior doença é estarmos vivos, porque temos de morrer e isso não tem cura ".

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