Este é um dos príncipios da
permacultura: fazer tudo com o mínimo esforço e com o máximo impacto e eu nisso
acho que sou mesmo boa! Como ainda não estou habituada a estes trabalhos
“pesados” do campo, adorei este príncipio, porque assim posso sentar-me em
todas as tarefas que consiga, só e apenas para sentir na pele o que é um
permacultor. Ehehehe... Estou a brincar, claro! A ideia não é estarmos
sentados... contudo, este príncipio mostra-se bastante inteligente se pensarmos
que sempre que o fizermos, estamos não só a nos pouparmos, mas também a pensar
no futuro com maior alcance de durabilidade.
A minha estadia aqui o Fojo
prende-se com o facto de ajudar a preparar um evento que todos os anos se
realiza por aqui: o “Mãos na Terra”. O “Mãos na Terra” é um evento sobre
permacultura, baseado sobretudo na bioconstrução e neste ano vai ensinar
sensivelmente 15 técnicas de bioconstrução em 9 dias. Para saber mais ver em: https://www.facebook.com/events/318922648181776/
Assim sendo, neste momento, ao
todo, encontram-se 10 pessoas, para
preparar as condições para o evento. Já se fez algumas coisas desde que eu cá
estou: colocaram-se estacas nos milhentos tomateiros que nascem na horta,
fez-se o caminho que dá acesso ao espaço a partir da rua, cortou-se pauzinhos
de madeira e transportou-se madeira para outro local e neste momento, está a
tratar-se de debastar uma encosta onde vai ter um jardim. E tenho-vos a dizer
que dá um trabalhão imenso, porque além de haver muitas mimosas, urtigas e
outras plantas, o espaço é inclinado e por isso, tem alguma dificuldade no
acesso.
Fora isso, hoje reguei a horta. E
começo a perceber que estas coisas que incluem água, são as coisas mais do meu
agrado. Não sei porquê... mas como estou farta de ouvir em todo o lado: Água é
vida, acho que isso tem mesmo muita razão de ser! Nada podia ser mais verdade! Em cada comunidade que vou, começo cada
vez mais a ficar maravilhada com a transformação que uma semente, por mais
pequena que seja, tem, desde que se semea, até que começa a florir e depois a dar
fruto. É verdadeiramente uma coisa fantástica e simples: semente, terra fértil,
sol e água. Tantas e tantas vezes, penso como seria feliz em poder ter um pouco
de espaço no meu T1 do tamanho de uma ervilha, ou pelo menos uma varanda e já
agora um bocadinho de sol. Não sei se já inventaram forma das plantas crescerem
sem espaço e sol, mas se inventaram, digam-me por favor, que certamente serei a
primeira cliente.
Aproveito para vos dizer que
apesar do calor, optei por usar botas nestes meus trabalhos diários. Ora bem,
eu tinha umas botas de pele que andava a usar nas comunidades, mas que se foram
todas rompendo e como ainda não consegui sapateiro à troca, aproveitei os meus
dotes “inventadiços” e pus-me a colar as botas com cola de papel. Conclusão:
nada de jeito! Assim sendo, depois de um dos meus pedidos aqui no blog, acerca
de umas galochas, lá procedi a troca com uma belivadora, que aceitou a minha
troca por um tabulheiro/almofada para computador. Assim, como assim, quase
nunca usava tal coisa e neste momento, as botas fazem-me muita falta! E são fantásticas! Apesar de transpirar que nem uma maluca, porque o calor que se faz
é grande, o certo é que inspiro-me por tudo o que é caminho, alto, baixo, com terra, com lama com pó e como são completamente
à prova de água, meto-me em todo o lado! Então na rega é uma maravilha!
Tudo corre bem nesta comunidade,
o espaço é lindo, as pessoas são muito simpáticas, sendo que algumas já
conhecia e felizmente todos falam português. Entre as 10 pessoas que aqui
estão, duas são crianças, um Robin dos Bosques e um Tom Sawyer! Duas vivem cá permanentemente e depois, a nível de voluntários somos 6. Também aqui habita um cachorro, que apesar de ser maior
que a minha cadela, ainda só tem 6 meses e chama-se Feijão! É um querido! A
minha cadela é que não lhe liga nenhuma porque acha-o um novato! Eheheeh... Mas de quem ela gosta, mesmo, mesmo é das galinhas! E vocês nem imaginam o suplício
que é! Pois, quando ela descobriu o galinheiro, além de ladrar como se não
houvesse amanhã, subiu ao tecto da capoeira, que sendo apenas um plástico, eu já imaginava a hora em que ela se ia tornar uma galinha e coabitar no galinheiro.
Pois, este é o pormenor mais complicado de gerir... As galinhas são uma
verdadeira tentação, ou não fosse a minha cadela, arraçada de Podengo, que é
como quem diz: Cão de caça! Bem, a ver vamos se não temos uma canja antes de me
ir embora daqui... Esperemos que não!
E pronto, hoje ao final do dia
choveu... o cheiro a terra molhada, os salpicos da chuva e o som dos grilos (ou
serão sapos?!!?) é sem dúvida fantástico! Aqui dentro da minha tenda onde
escrevo o blog de hoje e usufruo da bateria do computador que trouxe carregada
da casa dos meus tios (porque aqui não há electricidade) é sem dúvida uma
verdadeira melodia para a alma e um verdadeiro som de embalo para dormir,
descansar e amanhã acordar às sete da matina com um belo sorriso no rosto!
Boa noite... J http://www.youtube.com/watch?v=_zBgPhsxfhI
Sem comentários:
Enviar um comentário
Obrigada pelo seu contacto! Responderei o mais breve possível.