domingo, 15 de julho de 2012

Palavras fora de uso

Bem, ao ler o post de hoje podem achar que vou falar sobre o acordo ortográfico. Mas nada disto! Bem... também podia falar do acordo, porque como têm visto eu não uso o acordo. Não "disacordo" ou "acordo"... mas como não sei escrever com o acordo, prefiro continuar com a minha escrita à moda antiga, porque ao menos dou menos erros! Contudo, essa coisa do acordo, acho que foi desnecessário, acho que foi mais um motivo consumista para pelo menos mudar todos livros escolares e tal... mas pronto, mudando de assunto!

O que quero "desabafar" aqui é que com o continuar do projecto há palavras que já não encaixam no meu léxico diário, como por exemplo a palavra "Campera" que me foi dia outro dia por um amigo.

Ora, ele ligou-me e disse: "Andresa, vamos chegar mais tarde a casa porque vamos ao Campera, mas depois disto esperamos por ti." Bem... pára tudo! Eu fiquei a tentar encontrar a minha gaveta cerebral da wikipédia onde havia o significado da palavra "Campera". E acreditam que não consegui descobrir o que era?!?!? Tive de perguntar um amigo o que era o "Campera", se era uma marca, um sítio ou um evento, porque não me lembrava minimamente que a palavra Campera era o local onde passava muitos dos meus fins-de-semana na saga às promoções mais fantásticas (mesmo que pagasse 100€ por uns sapatos que na realidade custavam 500€) em todas as lojas de todos os corredores do "tal sítio" denominado de "Campera".

Bem, quando ouvi a palavra "Campera" a única palavra parecida que me veio à memória foi: compostor. Vá-se lá saber porquê?! Às tantas é pelas semelhanças... o que é facto é que no "tal sítio" como todos os grandes espaços de compras, vê-se sempre uma data de minhocas na labuta do seu dia-a-dia a transformar o dinheiro em "produto" ou seja, compras. 

Eu não tenho nada contra (eu também nunca sou contra nada, na verdade) estes espaços comerciais gigantes, como rental park's, centros comerciais, fóruns e outros que tais... aliás, vivi praticamente o meu início da vida adulta neste "andro da perdição", aliás, dupla perdição, porque: se temos dinheiro, gastamos, se não temos, ficamos "orados" (ou diria antes, aguados)! Eu ainda sou do tempo, em que ia passar a minha tarde ao Colombo, não para comprar, mas sim para percorrer todos os corredores na caça de uma nova loja onde pudesse entrar para ver a colecção, os expositores, os embrulhos, as fardas das empregadas e a sua maquilhagem, ou pura e simplesmente para passar tempo. Será que vou chegar ao dia de achar, quando me falarem da palavra Colombo, que ele é um navegador que encontrou as Américas?!?!... LooooooL... E quando me falarem do Vasco da Gama, será que direi algo do género: "Ai... Centro Comercial Vasco da Gama... esse é o local onde aquele navegador português reuniu o comércio da Índia?" LoooL... 

...
É muito engraçado ver a vida (e as palavras) toda(s) trocada(s)... (Bem, eu sempre adorei trocadilhos!!!) E mais engraçado ainda é que as nossas palavras e o significado das mesmas mudam consoante o nosso contexto, as nossas motivações, o nosso (novo) olhar do mundo... É interessante!

O que não é tão interessante, é cada vez, ser mais difícil comunicar com os nossos "antigos" amigos em que o significado Colombo e Vasco da Gama, são apenas e só como Centros Comerciais e nada mais do que isso. Ou, aqueles em que a palavra compostor não está no léxico! Bem... são processos... mudanças... opções... Só espero que a palavra AMOR seja sempre uma constante!

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