sábado, 13 de outubro de 2012

Já fui um hamster na "outra" vida!

O dia hoje foi na Cidade. Cidade de manhã à noite. A bela cidade de Lisboa!!! :) Eu explico!

De manhã fui dar uma palestra, inserida numa formação, sobre o meu projecto, no contexto da temática da Motivação. Ou seja, convidaram-me para eu dar o meu exemplo de vida, para "animar" a malta. Tudo pareceria normal, até eu saber em que contexto trabalhavam os formandos desta formação, sendo que é nada mais nada menos, do que numa entidade bancária! Quando recebi o convite, fiquei meia "baralhada", pois, como poderia eu, motivar alguém que trabalha directamente com dinheiro, quando eu tento não usar dinheiro!?!? Pois, o que me disseram... é que o meu exemplo serviria para mostrar como podemos dar valor às pequenas coisas, que muitas vezes não damos, porque valorizamos apenas e em primeiro lugar, o dinheiro! E pronto, nisso acho que posso ser uma mais valia, na partilha! E acho que fui!!! Correu muito bem... foi muito animado e no fim da palestra, ainda tive direito, como troca da minha participação, a um menu do McDonald's que não como há meses, que sei que faz muito mal, mas que ainda continuo a gostar (se bem que desta vez não me tenha sabido tão bem, como antigamente quando comia 5 menus por semana...).

...

E à noite... continuei na Cidade... mas agora num espectáculo fabuloso no Teatro Camões, da Companhia Olga Roriz,  que me foi oferecido por uma amiga (neste caso não houve trocas... e soube mesmo bem ser convidada para isto num sábado à noite)! Intitulado nada mais nada menos do que "A Cidade" e que dizia:

"A pressão, contaminação, alienação
e desgaste que as cidades causam no ser humano.
Os seus segredos e relações efémeras
que se estabelecem entre os seus habitantes.
A liberdade perdida da sociedade capitalista.
O controlo visível e invisível.
As proibições. A perda de tempo.
A falta de espaço. O perigo. A solidão.
Todos os sinais, memórias e vivências foram
matéria viva para a construção de um sentir
colectivo traçado por percursos profundamente
individuais.
Lugares e pessoas comuns para cenas ora banais
e quotidianas, ora invulgares e complexas.
Um desfilar de momentos solidários, sem
passado nem futuro, suspensos num curto 
tempo de vida em quadros vividos ou imaginados." (Olga Roriz)

Foi um GRANDE espectáculo! Grande mesmo... fabuloso mesmo! Fez-me sair de lá e pensar, que, realmente andamos todos a viver na cidade, como se fosse uma gaiola de hamsters gigante, onde exercitamos os nossos deveres, as nossa regras, obrigações, tarefas, trabalhos... e cada vez mais, sem o sentimento, a ligação que nos une a todos... e a única distinção que nos faz realmente sermos humanos e não bichos: sentirmos! Onde andamos nós?!?!?! Na cidade que de tão evoluída não nos "deixa" cumprimentar na rua quem passa por nós?! Na cidade tão evoluída que não ajudamos ninguém, que por exemplo acabou de cair no passeio ou foi assaltado!? Quem somos nós e em quem nos transformamos nós, quando vivemos na cidade sem darmos um abraço ou um sorriso por dia?!... Quem sou eu? Quem era eu? Como me deixem em tempos "dormir" numa cidade? Como?

Um sketch do bailado http://www.youtube.com/watch?v=wclobee1goE e uma música que passou e adorei: http://www.youtube.com/watch?v=SkBuxeIsXDo

2 comentários:

  1. Lembrei-me de um livro que acabei de ler "Karma, a Justiça Infalível". Não é que "acredite" muito a ideia que suporta o livro mas frases como o que nos distingue dos animais e se a civilização nos tornou assim mais... organizados enquanto seres humanos, deixa muito em que pensar. Será que sentimos assim tanta coisa realmente uns pelos outros ou andamos aqui como os animais: aviver em lutas com outros à disputa de quem é melhor em quê, etc?

    O livro fala de uma coisa fundamental e foi a ideia com que fiquei: o necessidade do desapego às coisas materiais, não totalmente (porque senão nem podia estar num computador) mas dar privilégio ao sentir e menos às coisas objectos. Parecem palavras ditas e fundamentalistas, mas nunca me pareceram tão certas.
    Beijinho

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    1. ... sim, é verdade! Talvez a ideia não seja ficar sem nada ou sem bens materiais, mas minimizar e simplificar para tudo fazer mais sentido, né?
      É isso mesmo!
      Muito grata pela partilha!
      Beso

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