quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Uma Pró em Permacultura! Eheeheh...


As minhas semi-férias lembram-me viver à “No Impact Man”. Já aqui falei deste filme, onde um homem e a sua família decidiu durante 1 ano, viver sem impacto ambiental. O filme conta o seu percurso no campo da ecologia, chegando a viver sem luz e logo sem os demais electrodomésticos. Basta ainda dizer que a sua família, que também integrava um bebé foi abarcado por este desafio, passando, entre outras coisas, a utilizar fraldas de pano.

Mas continuando o meu pensamento, estava eu a dizer que esta semana pareço o “No impact man”, versão “No Impact Woman” mas em versão mini, ou seja, durante 1 semana. Quer dizer, não é tal e qual o “No Impact Woman”, mas há uma data de situações na minha vivência que me faz lembrar este desafio.

Sendo que a casa estava fechada e com as contas cortadas, o tempo até que me ligaram água e luz, levou o seu tempo.

Água por exemplo, tive um dia sem ela, mas tinha-me precavido com uns garrafões de 5 litros até ela ser ligada. Se fosse apenas para passar férias, teria prescindido da água, porque próximo da casa há uma fonte com água da nascente (para beber e fazer comida) e uma ribeira (para tomar banho), mas como necessito de fazer as limpezas, sem água seria a modos que complicado. 

A luz só chegou hoje, logo tive 2 dias sem luz. Não precisava de a ter ligado, se não fosse necessitar do aspirador para limpar as quinhentas mil teias de aranha que circulam por toda a casa. Contudo, nestes dois dias, mantive-me apenas e só com a luz do magnifíco pôr-do-sol que vejo da varanda do meu quarto, do luar, da lanterna a dinâmo que me emprestaram e de umas velitas que também trouxe por precaução. Não ter luz também foi sinal de sossego durante estes dois dias. Acordei com o nascer do sol, mas também me deitei com o seu pôr. Sem luz, há pouco que se possa fazer à noite, a não ser ler um livro à luz das velas. (Que neste momento é “Conversas com Professor Agostinho da Silva” e que recomendo vivamente!) Quanto ao gás, esse é que não achei necessidade de o ligar. Como trouxe comida praticamente sem necessitar de ir ao fogão (pão, azeite, tomates, pimentos, fruta, cebolas, bolachas, leite, grão em frasco e feijão frade em lata) optei por não ligar o gás. Contudo, sinto a falta dele ao tomar banho. Apesar de estar calor e tal, tomar banho de água fria não é lá muito apetecível. Ainda tenho uma mangueira com uma data de metros que posso aquecer ao sol, ou então uns pauzitos para colocar uma panela a aquecer água na lareira, mas não... vou mesmo aguentando a águita a modos que fresca, diariamente!

Sendo que a casa que estou a limpar tem 2 pisos, uma garagem e um quintal, tenho-vos a dizer que já limpei quase dois pisos e o quintal. Só me falta limpar a garagem e a sala/cozinha que será amanhã. Hoje o dia foi dedicado ao piso superior, ao quarto do piso inferior e ao quintal... E é no quintal que entrou a minha veia permacológica!

Como devem calcular uma casa que está fechada há uma catrefada de anos, não tem um quintal muito aceitável, não é mesmo? Por isso, já estão mesmo a ver, que as plantas nascem sem destino, as plantas que estavam nos vasos secaram, as escadas têm musgo por tudo o que é lado e folhas e terra e restos sabe-se-lá-de-quê. Decidi não “limpar” a parte de cultivo, mas achei que a parte de passagem, que consta pelas escadas e por um corredor com lava-loiça, tinha de limpar. Vai daí, mãos à obra, galochas calçadas, luvas e roupa muito velha para sujar o mais possível e lá fui eu, toda lampeira! Julgava que ia ser mais trabalhoso e mais demorado, mas nada disso, em menos de 2 horas o trabalho estava finalizado. E acho que foi assim tão rápido porque tive um verdadeiro pensamento à permacultora. Andava eu a apanhar escada acima, escada abaixo, o resto de folhas, terra, pauzinhos, sementes, caroços de azeitonas, bicharocos, musgo... e a colocar em sacos do lixo para ir deitar fora e nisto pensei: “Opah, quem me dera ter aqui terreno da minha praceta para colocar este “mulch" (ver mais em http://en.wikipedia.org/wiki/Mulch) Isto está com um aspecto fertilizante que é obra. Além do mais, vai-me dar uma trabalheira atravessar a casa toda com estes sacos molhados cheios de mulch”. Mal empregado ir deitar isto para o lixo.... Lixo!?!?! Pára tudo, qual lixo qual carapuça, vou mas é colocar esta maravilha no quintal abandonado da vizinha, com um bocadinho de sorte ainda lhe cresce lá uma oliveira.”

O segundo pensamento, mais do que permacológico, mas sim ecológico, foi quando eu não tinha como ir desligar a água da mangueira (porque era longe) e precisava de uns minutinhos para limpar umas coisas. Pus a mangueira no ralo do chão, para a água ir para lá desaguar... e depois pensei: “Andresa, que desperdicio, água tão boa e tu deitas pelo ralo abaixo... Nada disso... Vai para o quintal abandonado da vizinha, ao menos rega umas videiras que estão por lá a secar.”

Ainda nas limpezas tive mais dois pensamentos curiosos, que me demostraram como realmente esta coisa de ser ecológico, poupado, sustentável, etc... vai-se entranhando sem que nos darmos conta. Ora andava eu a limpar o chão com água e detergente, quando penso cá para comigo: “Opah, tanta água desperdiçada, podia deitar no quintal para as árvores, em vez de deitar fora na sanita... Pois podia, se o detergente fosse ecológico. L

O outro pensamento, foi quando eu andava a apanhar as mil coisas abandonadas, velhas e estragadas que estavam no quintal. Felizmente, a minha avó tinha um pensamento ecológico (excepto quando usava sacos plásticos para tudo e mais um par de botas) e por isso, de todas as coisas que estive a arrumar para deitar fora, 95% eram feitas de madeira, logo biodegradáveis e as restantes 5% de plástico. Engraçado, porque depois destes anos todos, as coisas de madeira já estavam verdadeiramente decompostas, servindo assim de um óptimo mulch, quanto às de plástico, estavam intactas e por isso, rapidamente se percebe como esta coisa do plástico dura e dura e dura... Antigamente, não havia muita coisa em plástico... Ou era madeira ou ferro ou latão. O exagero do plástico cresceu de forma tão desproporcional que neste momento nem saberíamos como viver sem ele. Ou será que saberíamos?



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