terça-feira, 21 de agosto de 2012

Perdoo o galo porque os ovos são fantásticos


A minha tenda, como vos tinha dito ontem estaria fantasticamente posicionada, não fosse um pequeno pormenor: o galo. Ora bem, o galo não tem problema nenhum e até dá algum jeito para fecundar as galinhas e podermos ter os ovos amarelinhos e saborosos que hoje comi, contudo, este galo podia cantarolar um bocadinho mais baixinho ou pelo menos acordar mais tarde. Ah pois é, a minha hora de acordar que hoje era às 7h20 e foi alterada pelo senhor Galo com o seu córocóco às 6h30. Não há condições! Como se não bastasse ainda se pôs a dialogar com um amigo galo de outra capoeira vizinha e não houve sossego até à hora que tinha definido para eu acordar. Por isso, começo a perceber que na melhor das hipóteses vou acordar diariamente às 6h30 o que sei dúvida, não é propriamente a coisa que tenho mais vontade que aconteça nestes dias. (Acabou de me cair uma caganita de pássaro em cima do teclado, uma vez que estou a escrever o meu post de hoje debaixo da dita nespreira por cima da minha tenda. Que está fresquinho está, mas acontecem estes incidentes curiosos. Lol...)

Hoje o meu traalho do dia foi foi descascar feijão frade! Eu adoro feijão frade, mas geralmente, o feijão frade mais usual que conheço é o de lata, o de frasco, que já vem cozinho e com um molho a modos que estranho. Pois é, não sabia que esta coisa do feijão dava tanto trabalho e fazia doer tanto as unhas ao se abrir a vagem. E imaginem, eu só fiz essa parte... faltou a parte do semear, regar, colher, secar... enfim... (Aproveito e deixo aqui uma foto do feijão descascado, da vagem com feijões e de uma lagartinha verde muito linda que encontrei numa vagem. Foi a única, mas era tão linda que não me contive para tirar uma fotinha. Pena que a minha máquina não seja grande coisa a focar e por isso, não se perceba muito bem, como era linda!... Será no futuro uma borboleta azul? Ou verde?) Começo cada vez mais a pensar como é que as coisas têm o valor que têm quando as compramos, se o trabalho que se tem é tão grande, parecendo que sem dúvida deixa de ser compensatório. A vida da cidade pode não parecer fácil, porque é desgastante e tal... mas sem dúvida, temos as coisas tão facilitadas como um mero abrir de latas, ou desenroscar de frascos. Por outro lado, temos comida sem sabor, com químicos, com sementes controladas, com comida que deixou de ter comida e que passou a ter “petróleo”. Pois é, fiquei parva, mas li no livro do “Dormir Nú é ecológico” que a maior parte das coisas que comemos e que têm aquele aspecto lindo e plastificado, como gomas, hamburgueres e batatas fritas, bolos, etc, têm derivados de petróleo para terem sempre essa aparência “juvenil”. Bem... só de pensar até me deu agonia!

O que não me deu agonia, antes pelo contrário, foi o almoço de hoje, com todos, volto a sublinhar, TODOS os alimentos da quinta. Ora vejamos o prato do dia: batatas cozidas com azeite, alho e salsa; cebolada de courgettes, cenouras salteadas com sementes; salada de tomate, pepino e rúcula; ovos cozidos; feijão verde com alho e azeite e maionese! Há pois é, a maionese foi feita na hora e foi de longe das maioneses mais fantásticas que comi!!! J O azeite também é feito com as azeitonas da quinta e o pão, que julguei ser “comprado” a uma vizinha é feito no forno a lenha com os cereais plantados também na quinta. Não acham o máximo? Eu achei e amei! Pela primeira vez estou numa comunidade que é quase totalmente sustentável a nível alimentar. Talvez o sal tenha sido comprado... Não sei!... J

4 comentários:

  1. Olá!
    Pois é Andresa, se as pessoas tivessem a consciência desse trabalho e quanto ele é essencial, não desperdiçariam o que desperdiçam e dariam mais valor ao agricultor e a tudo o que se retira à Terra.
    Acho mesmo que a maior parte das pessoas torna-se consumista
    , não é só pela publicidade, mas principalmente porque perderam a ligação à terra. Essa ligação não nos deixa esquecer que as "coisas" não caem do céu e que não é o dinheiro que as compra, elas são tiradas da terra.
    Quanto aos ovos, queria te esclarecer que as galinhas não precisam de galos para os terem, assim como nós não precisamos do homem para ter os nossos. Segundo isto que te disse, o que é que achas que são os ovos das galinhas??? Se não acertares, eu digo-te... :)) beijinhosss

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    1. Pois é... também eu perdi a ligação à Terra e penso estar agora a recuperá-la!
      Não precisam de galo!??!? Ai... agora essa é que fiquei baralhada.. eu acho que os ovos são os óvulos, certo? Ai.... que ando tão má em biologia! Então para que serve o galo???

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  2. Olá! eheheheh
    O galo serve para o mesmo que o homem...não é?
    Agora...estou a pensar se te esclareço já, ou ainda aguardo para mais uma contra resposta................;)
    os ovos são...são... "tipo" a menstruação das galinhas! Até que seria mais prático para nós...ahahahahah!
    E não é uma questão de estudar a biologia (disciplina), porque eu nem a estudei por aí além. É como em tudo, com calma, intuição e observação conseguimos ir percebendo tanta coisa! É a natureza que é mágica naturalmente...Daí que um dos princípios da permacultura seja a observação.
    Viva a Vida!

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    1. Que rica menstruação... ehehehhe...
      Pois, cada vez vou tendo mais tempo para observar... e um dia fico craque... mas por enquanto ainda sou tão citadina, que nem tenho tempo para ter tempo!
      Grata pelo esclarecimento!
      ;)

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