terça-feira, 24 de julho de 2012

Motorista à troca

Hoje fui motorista à troca.

Eu explico:
Uma amiga minha ficou com o carro avariado... logo, carro avariado, vida parada! Bem, não é bem assim... mas quando nos habituamos à independência de um carro é muito difícil nos imaginarmos a fazer tudo o que precisamos de fazer, sem carro!

Eu falo por mim... Tirei a carta de condução, prenda do meu avô, por ter terminado a licenciatura. Mas eu não queria tirar a carta... o meu avô é que insistiu. E eu não queria porquê?! Porque na minha família ninguém tinha carro próprio ou carta. Bem, o meu avô tinha carta e tinha tido carro, mas devido a um grande acidente que teve, nunca mais conduziu. A partir daí, os seus filhos (a minha mãe e o meu tio), condicionados ou não por este incidente, não tiraram a carta de condução. O meu pai também não tinha carta de condução e nunca a chegou a tirar. Por isso, em Castelo Branco onde vivi a minha adolescência, eu devia ser das poucas crianças, que não tinha carro e que me deslocava com os meus pais de táxi, a pé ou de transportes públicos. Com os meus avós também era assim... e o que eu mais gostava mesmo, era de fazer grandes percursos, entre Lisboa e Castelo Branco de comboio, quando o comboio era um "tan-tan-tan" (o comboio que pára em tudo e mais um par de botas) e demorava imenso tempo a chegar ao destino. A minha avó dava-se ao trabalho de fazer uma refeição completa, com sopa incluída, para eu me degustar, feito pic nic durante o andamento do comboio. Eu até podia nunca comer sopa, mas ali, no comboio, a sopa era uma tradição!!! Sabia até melhor! Era o máximo... a minha avó até levava toalha ao xadrez, talheres, pratos, copos... eheheh... Era lindo!!!!!!!!! :) Começava a viagem e eu dizia à minha avó: "Tenho fome." Acho que não tinha fome, queria era mesmo abrir o "estendal" em andamento! Paciência a da minha avó! 

Bem... adiante... tive toda a minha vida sem usar carro próprio... até ao momento que tirei a carta de condução... Bem, não conduzi nessa altura, porque tinha medo de mim a conduzir... eheheh... mas andava sempre de rabinho tremido, com um motorista (o meu primeiro ex-marido) para todo o lado! Só quando me separei da primeira vez e mudei de trabalho, com uma imposição de que era mesmo preciso conduzir para mudar de emprego, arrisquei-me a fazer mais aulas de condução e tive o meu primeiro carro aos 30 anos! A partir daí... ui!!!!!!! Ninguém me agarra! A sensação de ter um carro e independência total é dos sentimentos mais libertadores que adquiri. O poder ir para todo o lado, o poder dormir no carro, o poder dar boleias (adoro dar boleia!), o poder resolver muitos assuntos ao mesmo tempo de um lado para o outro, é fantástico! (Pena ser tão caro e poluente!)

...

Hoje, pus os meus serviços de motorista/moça de recados ao dispor de uma amiga que ficou com o carro empanado e precisava de resolver muitos assuntos de uma só vez! Então... em troca de gasolina lá andei eu a fazer os ditos recados! :)

É assim a vida... às trocas por aí, em andamento acelerado! "Sou motorista... sou a maior!" http://www.youtube.com/watch?v=dRDbZsEucjw

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