domingo, 10 de junho de 2012

Amor precisa-se!


À vinda de Coimbra passei pela Lousã e ao olhar para a serra lembrei-me de um episódio que por lá tive aqui há uns 3 anos. Era Novembro, chovia a potes e o meu (segundo) ex-marido queria-me mostrar a bela Serra da Lousã, que para ele é dos sítios mais bonitos de Portugal. Já tinha ouvido falar na beleza da serra e das suas casinhas de pedra, mas eu, como "preguiçosa" a andar a pé o que quer que seja, imaginava uma ida à Serra da Lousã, da seguinte forma: Viagem de Lisboa à Lousã de carro; passar a noite num hotel de turismo rural com o mínimo de requinte e se possível de design; acordar a meio da manhã e passear de carro até às aldeias com as tais ditas casitas; beber uma bebida típica num cafézinho dessas aldeias; almoçar num restaurante tipico; passear mais um pouco de carro da parte da tarde; descansar novamente no belo hotel rural e fazer umas compras típicas para recordar o sitio.

Contudo, como devem saber, este era o desejo da Andresa de antes (e às vezes ainda o desejo da Andresa de agora), a tal, mais consumista e tal, pouco dada a aventuras e a natureza... Mas como também devem saber, este meu ex-marido era a antítese de tudo isto. Os planos dele eram outros. Não que o plano tivesse de ser rigorosamente igual ao que ele tinha imaginado, contudo, se a Serra da Lousã era para ele um sítio tão especial, seria de bom tom que eu me adapta-se à escolha do seu "itinerário". Que era (e foi) o seguinte: Viagem de carro de Lisboa à Lousã chegando à Lousã às 3h da manhã; dormir num Nissan Micra (2 pessoas e uma cadela); acordar quase antes do sol nascer; caminhar durante 5 horas a subir a Serra por trilhos de dificuldade 3 com nevoeiro, chuva e frio; almoço pelo caminho com sandes e água (porque era mais poupado e saudável); visita às casas típicas; descida novamente pela Serra mais não sei quantas horas ao nevoeiro, chuva e frio e para acabar acampar no meio da Serra para tentar ouvir ao longe o uivar dos lobos selvagens que por lá habitam. Bem... de todo este programa, só o último passo não foi cumprido, porque o meu cansaço e desespero era tanto que eu só queria voltar para casa e deitar-me na minha cama confortável e ressonar por 1111 horas.

Para que vos conto tudo isto?! Apenas e só por três motivos: primeiro porque passei hoje pela Serra da Lousã e me lembrei deste episódio; depois porque é dia de Portugal e por fim, porque esta história relata que tudo é possível, se o fizermos por amor! 

Eu... sou uma moçoila muito preguiçosa no que diz respeito ao andar... se ando 5 minutos em caminho direito já é um "Ai Jesus"... quanto mais 5h a subir Serra, ainda por mais à chuva e ao frio, em dificuldade 3?!?!? Mas acham que fui obrigada!?!? Nada disso... fui eu que quis. Fui eu que lhe disse que era capaz, fui eu que apesar de ir o caminho todo a refilar, fiz o percurso mais difícil da minha vida, apenas e só porque o amava... e quando se ama, sobe-se serra, dorme-se no carro, apanha-se chuva, come-se sandes pelo caminho, faz-se viagens de madrugada, etc etc... 

Quando se ama, uma força vinda sabe-se lá de onde inunda-nos o coração e alastra-se por tudo o que é células e faz um efeito transformador a nós e aos outros. Quando se ama, acreditamos que podemos voar e voamos. Quando se ama, acredita-se que se troca as voltas a Portugal e troca-se. Quando se ama, olhamos para o nome "Lousã" e lê-mos ao contrário "A soul" (Uma alma)... Quando se ama... quando se ama... ama-se e pronto!

2 comentários:

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